Tali na Cidade Grande

Sim, I like having stuff! Quantas vezes eu já senti olhares de reprovação quando eu digo algo do tipo: "Estou apaixonada por este vestido!" Ou por uma sandália, bolsa... Inclusive de amigas. Se eu falo que sou apaixonada por aquele objeto, é porque eu sei a história que se passou para que ele existisse; Uma pessoa teve uma inspiração, pensou num assunto, pesquisou aquilo por meses a fio, estudou, criou cores, formas, texturas, colocou um pedaço de si naquilo ali. Pra mim, uma roupa é também uma forma de arte, assim como uma música, um quadro...

Na minha mini coleção de formatura, que teve como tema os Beatles, eu pesquisei tudo o que você pode imaginar; letras de música, todos os filmes, discos, capas de discos, livros, fotos, até uns bonecos dos Beatles serviram de inspiração... Eu vivi aquilo por 6 meses e tudo isso se refletia nas roupas, tudo tinha uma explicação, uma referência. Uma manga, um recorte, até a altura das botas... Tudo se justificava.

Eu sei que não salvamos vidas (longe disso) mas não se pode negar a importância da indústria da moda no Brasil e no Mundo. Só no Rio de Janeiro, segundo a FIRJAN, a indústria da moda emprega 74.500 pessoas e um evento como o São Paulo Fashion Week gera 5.000 empregos diretos e indiretos a cada edição (lembrando que temos 2 por ano).

A moda hoje em dia está presente até nos telejornais, na vida daqueles que dizem "não se importar" com isso. Ontem mesmo, no restaurante onde almoço perto do trabalho, nas tevês de plasma que ficam ligadas, passou uma matéria no Jornal Hoje sobre a semana de moda de Paris (não deu pra saber exatamente o que falavam, estava no mute), mas a grande maioria das pessoas parou de conversar pra prestar atenção na televisão. Observei particularmente uma mesa com uns 8 homens e todos eles pararam de conversar e ficaram olhando para tela. Um deles até comentou: "Armani..." quando o estilista italiano apareceu no final do seu desfile (eles sabiam a cara do Armani), comentaram algo sobre o Lagerfeld (que eu não consegui ouvir) e riram do Galliano (hahaha mas ele praticamente pede, né?) Ou seja, até involuntariamente, a moda estava presente (pelo menos naquele momento) na vida daquelas pessoas.

Sempre que alguem fala ou deixa transparecer que a moda é uma futilidade, me lembro da cena do filme "O diabo veste Prada" quando a Miranda, ao perceber que a Andy acha aquilo tudo uma besteira, dá uma super lição do que aquilo realmente representa. E ela está certa. Saiba que mesmo aquela blusinha da C & A tem uma história por trás (nem que seja uma história copiada da Stella McCartney há 3 anos ).

Desculpem o post super longo, mas é que me irrita quando percebo pessoas virando os olhos quando digo que "amoooo esse sapato", mas eu sei do que estou falando. E quer saber do que mais? Todo mundo tem o direito de gostar/amar/comprar/colecionar o que quiser, sem ser criticado ou rotulado. Viva as diferenças!