sábado, 1 de novembro de 2008

(He´s lost) Control


Acabei de assistir a “Control”, o filme que conta a história da vida de Ian Curtis, vocalista do Joy Division. O filme segue Ian a partir de 1973, quando ainda morava em Maccasfield, antes mesmo de formar a sua primeira banda; Warsaw - que mais tarde se tornaria Joy Division, seu casamento com Debbie (sua mulher e autora do livro que inspirou o filme), a curta fama da banda, sua luta contra a epilepsia, seu romance com a belga Annik e a sua precoce morte em 1980.

Contando com a ajuda das músicas e letras do Joy Division, o filme nos mostra as batalhas internas de Ian, sua hesitação e sentimento de culpa pelos dois amores, sua paixão pela música e poesia e o receio perante uma platéia e indústria que exigiam sempre mais do que ele estava preparado para dar.

No papel de Ian, o também cantor (e gatinho) Sam Riley; numa interpretação perfeita e super emocionante. A direção de arte do filme também é impecável e conta com filmagens na casa onde Ian e Debbie moraram e a cena da apresentação de “transmission” na tevê está muuuuito parecida com a verdadeira.

O filme é inteiro em preto e branco, em parte porque praticamente quase todo o material disponível do Joy Division é em preto e branco (com exceção de 2 apresentações na tevê, que são coloridas) e em parte porque a visão que o diretor (Anton Corbijn, holandês) tem da Inglaterra é de que é um lugar cinzento (sic).
Como eu não podia deixar de reparar, o figurino é um capítulo à parte. Às vezes imagens da Inglaterra dos anos 70 são exatamente iguais às de hoje em dia, e a maioria das roupas que o Ian e o resto da banda assim como as que a Annik usavam na época são super atuais e poderiam ser usadas hoje por Pete Doherty e outros roqueiros “moderninhos” (eu e a minha irmã brincamos que o rock britânico tem apenas um grande guarda roupa e este é passado de mãos em mãos, de bandas para bandas).

Sendo assim, o filme é uma excelente história, não só pra quem gosta de/da música, mas para qualquer pessoa que queira conhecer a história de um jovem, super talentoso, refém da sua própria sensibilidade, um gênio, enfim, que morreu cedo, mas que deixou um legado que é descoberto diariamente por pessoas que não viveram na época (como eu) e que influenciou bandas como Interpol, The Arcade Fire, e The killers (a música dos créditos finais é uma versão dos Killers para “shadowplay” do JD). Vale a pena assistir.

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